domingo, 28 de junho de 2009

brilho errante

Talvez os sábados a noite estejam com menos poesia, mas isso não significa que não haja mais as estrelas, a Lua e os sonhos.

Também é bem provável que aquela alma libertária e errante, que essencialmente se manisfesta nessa noite ainda vague a procura de um prazer maior do que o álcool ou os etctares e tenha em si a certeza de que ser humano é muito mais. Alma que fica feliz quando vê e pode saber como vai, e aquela conversa toda que não salva o mundo mas faz um bem danado.

De timidez indisfarçável, tamanho desconhecido e curiosidade total, poderia até descrever nos versos tudo o que se multiplica dessas palavras. Mas aí com certeza a magia da noite não seria magia.
E essa alma incorporada, potencializada pelos cliques do orkut e pela minha semelhança na timidez e curiosidade é que acabam me dando um empurrãozinho nesse olá, como vai e... e daí?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Olho de peixe


Tenho um olho de peixe no pé direito. Já faz tanto tempo que to mais pra dizer que é ele que me tem. Cinco, seis anos, nem lembro mais quando ele se incorporou à minha anatomia.
Chegou sem ser convidado. Apareceu, fui num especialista que o expulsou, mas, pelo jeito meu pé é muito hospitaleiro. O danado voltou. Parece que eu estava muito solitário naquela época, por isso resolvi ter um amigo, nele. E deixei ir ficando. Essa é só uma das muitas desculpas que dei pra não voltar no médico e expulsá-lo de uma vez.
Preguiça, solidão, lembrar que to vivo, falta de dinheiro, deixar pra depois. São vários os "motivos".
Hoje arrumei mais um.
Ele sempre dói do mesmo jeito, no mesmo pé e, quando fica insuportável, requer o mesmo tipo de atenção. Parece que eu preferi conviver com essa dor, justificar o meu mancar, a minha postura, com a existência dele, do que ter apenas mais uma estória pra contar e ir em busca de novas.
Existem dores confortáveis, essa é uma. Bela desculpa pra evitar tudo o que não doi, mas que pra ser alcançado, ultrapassa essa dor ou deixa meu companheiro magoado e sensível.
To entendendo que as vezes é muito melhor sentir uma dor conhecida do que suprimí-la e continuar na caminhada atras das belezas da vida.
Hoja, vou no médico.
Adeus olho de peixe.

sábado, 20 de junho de 2009

Obviedades

Pequenas armadilhas se transformam em grandes cercas,
fios de esperança nos trancam na mesma postura,
Quando um raio de luz brilha, tudo faz sentido
e nos sentimos espertos para fugir dessa trama.
E super homens como somos nos emparedamos
em grandes certezas sobre o que nos engana.
Para num piscar de olhos estarmos perdidos,
sem rumo e sem brilho na mesma trincheira.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mudanças

As pessoas mudam, mas tanto faz se pra bom ou não, dificilmente estou pronto pra perceber e entender isso. De vez em quando cai a ficha e aí, quem muda sou eu. Espero que essa mudança seja pra melhor, mas não espero que percebam ou concordem.
Aliás não espero nada. Mudei pra ir pra outro lugar, não pra agradar.

sábado, 6 de junho de 2009

pode ser

A paz do seu sono é esperança do meu amor,

sua irriquietação no sonho é, talvez, paixão.

E se meus sonhos não tem rosto,

meu sono ainda sente o seu calor

e quando eu ainda posso me aquecer

minha esperança passa a ter valor

e na inquietação que me faz querer,

ter mais um amanhã pode ser amor.


Eternidades

Outro dia disse que tem eternidade
que dura enquanto dura o momento
e outra que dura enquanto o tempo durar.
Parece que descobri mais algumas.
Ou que que a eternidade tem
vida própria e morte curta.
E renascimento infindável.
Dores e amores são eternos.
Podem ser ou não ternos,
mas duram num segundo
o que nunca o relógio esperou.
Pequenas bobagens, tolices belas
ou agressões singelas
que se juntam à eternidade
e a relatividade do quanto.
Podem ser grandes ou não,
de acordo com o coração.
O meu esta calmo.
Depois da tempestade
a bonança que é boa
porque não doi nem chora,
apenas olha e espera.
Sei que nada vai chegar,
o que partiu não vai voltar.
Não dói nem chora.
Sorri e contempla e, olha!,
teve dia que não ia terminar.
Mas de demorar virou cinza,
e da cinza virou página,
e mesmo que em branco
diz que o que é novo
é vida e vai ser melhor.

terça-feira, 2 de junho de 2009

trova de ninar

mais um dia que finda
e com ele única certeza.
Amanhã, não a mesma beleza,
outra chance descortina.

Os problemas acabam
as bexigas se encolhem
se há duvidas, se mudaram
e quem pode se recolhe.

Mais um dia que passa
só nos sonhos estica
e o impossível realiza
Pr'amanhã ter mais beleza.