segunda-feira, 24 de agosto de 2009

E viva o Cabral!!!

Quando dizem que o Pedro, aquele, o Cabral errou a rota, desviou demais e acabou descobrindo o Brasil tão querendo dizer que portugues é burro, que ele mentiu ou não conseguiu uma desculpa melhor pra achar o que sempre esteve aqui?
Burro seria eu de entrar num barquinho daqueles, sem a menor segurança ou infra estrutura e sair por ai, me perdendo, virando pra esquerda quando o certo era para a direita. Mentiroso tambem não dá. Tinha que ser muito burro ou pensar que os outros eram. Talvez uma desculpa idiota fosse o melhor remédio para esconder o que todos já sabiam, mas negavam porque fogueira é bom de ver, não de ser uma.
É duro quando sabemos o que estamos fazendo, mas para poder continuar fazendo somos obrigados a mentir, dissimular ou enrolar mesmo.
Não ando muito a fim de teatralizar meu bem estar. Tem coisas que são por acaso, tem outras que não. E se dá pra pegar uma onda na média disso, dá e ponto.
Minhas coisas e eu mesmo estamos sendo trabalhados pacientemente para chegar num lugar melhor já tem um tempo. E estão chegando. Não é muito rápido, não é muito grande, não é em linha reta mas as coisas vem melhorando e chega uma hora que não tem disfarce que dê jeito de esconder que mudaram.
E se elas mudaram, não pode ser simplesmente uma mudança. Tem que tirar diploma de tiroide e de dosagem pra poder provar que o que é pregado desde o início tava certo e tá dando resultado e que bom que tá acontecendo?
Paradoxo.
Meus amigos mais maluquinhos, quando vão começar a quebar a casca e voltar a olhar pro mundo de frente, dão logo um jeito de voltar atras. Engessam a casca, poluem o ar fora dela e tibum... de volta ao paraiso da doideira. E eu, ciente dessa última porta, tentando fazer um "Pra Frente João", quando me sinto em condições de ultrapassar esse ponto sou contemplado com desconfiança e pedido de diplomas clínicos e químicos pra provar, não que eu to melhor, mas que pedaços de mim estão e que com o tempo, talvez o todo.
Essa desconfiança que sinto me magoa e me ofende. Tirar certidão de sanidade tambem. A minha recuperei no primeiro dia no Caps. Só demorei pra me livrar da doideira. Mas ta bem encaminhado.
Mas burocratização da saúde ou da razão, não importa, vou ter que tirar carteirinha.
Realmente, no final, parece que o Cabral errou mesmo. Não descobriu o Brasil, descobriu um bom ponto pra abrir um cartório tabelião Carimbão.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ritos de Passagem


Existem rituais que, mesmo que evitemos, acontecem naturalmente em nossas vidas. E se não damos o devido peso, outros o dão.

Nesse final de semana viajei com minha filha. Sua primeira vez ao volante, pelo menos numa viagem longa. Minas Gerais é um destino perfeito. Primeiro porque nasci lá. Depois porque para chegar os caminhos são quase sempre longos, tortuosos e lindos. Sem contar os vinte e um anos de preparação, das coisas boas que construiram esse momento que vai ficar para sempre na minha lembrança.

A nossa “aventura” foi muito tranquila. Teve até um defeito na volta que só serviu para lembrar que por mais legal que as coisas sejam, nem tudo é perfeito.

Se houve algum rito de passagem nem percebi, apesar das piadinhas que fiz a cada dez, dos mil quilometros.

A parte legal, mesmo, foi a compania. As vezes dava impressão de estar viajando com um espelho, as vezes com a alma gemea. Ou sendo uma. Graças a Deus minhas tentativas de tornar a viagem mais bacana para ela foram desnecessárias. Tudo fluiu e tudo foi bom.

E no final acho que o único rito que houve foi o pedágio. Os pedágios. Os muitos pedágios.

Contar detalhes me parece inutil. Estão gravados em mim e acho que é pra ser assim. Pessoal e intransferível. Mas se alguém quiser ver alguns momentos, minha pagina do orkut tem algumas fotos.




sábado, 11 de julho de 2009

moral da história

Defeitos
Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.
Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da torrente até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio.
Por longo tempo a coisa foi em frente assim, com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água.
Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.
Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota de ser ¿ rachado ¿ o vaso falou com a senhora durante o caminho: 'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa.
A velhinha sorriu:
Você reparou que lindas flores têm somente do teu lado do caminho? Eu sempre soube do teu defeito e, portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todo dia, enquanto a gente voltava, tu as regavas.
Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa.
Cada um de nós tem o próprio defeito. Mas o defeito que cada um de nós temos, é que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.
É preciso aceitar cada um pelo que é. E descobrir o que tem de bom nele.
Portanto, meu 'defeituoso' amigo, tenha um bom dia e lembre-se de regar as flores do seu lado do caminho. e envie este e-mail a algum (ou a todos) os seus 'defeituosos' amigos. Sem esquecer que é 'defeituoso' também quem a mandou a você!
Quando Deus tira algo de você, Ele não está punindo-o, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo maior.
A vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a graça de Deus não possa protegê-lo.


idéias saltitantes

(um dia corrijo os saltos e algo vai fazer sentido)

A teoria dos limites


Vou chamar de prólogo a explicação da criação de uma teoria que justifique o comportamento humano e a partir daí sugira mudanças, principalmente, em relação ao olhar e a tolerância. O meu entendimento mudou e oque antes enxergava como fim, hoje, tenho certeza que é o começo.

O infinito é o começo.

A magia está em criar uma distância entre dois pontos que não existem.

Que tamanho tem uma coisa que não existe? Por acaso infinito, por definição, pq simplesmente tanto faz? É o que parece. E é o único limite que não existe. Porque dentro da existência o fim é certo. A renovação é que não é.

Existe um valor básico e intuitivo – mesmo que entendido racional – o limite, que norteia as relações de tudo com tudo incluindo nós animais e nós pessoas.

Antes do limite nada acontece pq nada existe.

(Se eu fosse prof de física ia fazer aqueles desenhos com as órbitas de íons ou o cacete, dando, recebendo; aquela aula que faltei.)

Nas relações de todos com todos e tudo existe uma troca que é natural e entendida completamente. E que une e forma parcerias, casamentos, mortes as vezes, mas que enfim vai norteando as relações das pessoas.

Para entender qualquer coisa sobre uma pessoa acho impossível isolar o fato de ser bicho e ter uma carga de reações muito mais ligadas nas cavernas do que na inutilidade de pagar conta de luz.
Mas voltando ao assunto; os limites não existem, não são estabelecidos por leis ou por regras. São negociados na hora. Quem passa primeiro, quem consegue a vaga, quem vence. E depois disso não existe mais. O limite é outro e se renova e se perpetua e explica o infinito no olhar de alguns e o vazio no de outros. Estão todos ocupando o mesmo espaço, mas com olhares diferentes.

Limites são provocados e merecidos. Mas difíceis de ultrapassar.

Na Cajaíba tive uma visão bem legal sobre isso.

Estava na Panema, uma praia de lá, que do lado direito tem uma pedra linda (que claro, não fotografei) que tem uns cinco, seis metros de altura, é escalável pelo mar e dá um salto bem legal. Isso visto da praia, a cerca de 20 metros, sem grandes erros de cálculo.

É possível pular? É.

Então porque depois que vc escalou a pedra, parou na beira da pedra, não pulou?

Ninguém perde a coragem em 30 segundos.

A maioria gasta muito mais de 30 segundos para ter confiança na sua certeza ou coragem ou avaliação, tanto faz. Tem gente que pára aí. A solução pra essas pessoas é levar um pé na bunda. Da segunda vez que for pular perde o medo. Com paraquedista é assim. Pq com outros não?

E oque tem haver levar pé na bunda com teoria dos limites. Pq ele tem que ser o primeiro a romper a barreira e sair da clausura e mostrar que além de louco ele é outras coisas. E que a condição físico/mental do indivíduo não o desqualifica para a convivência, muito menos para a produção. Qualquer produção. E que essa é uma condição básica de vida. Se você quer que ela melhore, faça ela melhor.

E oque é mais legal, se um louco pode então sejamos loucos ou aprendamos com isso.

Mas vamos fazer algo.

A teoria do limite não tem uma grande tese de defesa. Ela é bastante simples. Por analogia: qual é o limite de um cego? Oque ele vê ou oque ele não vê?

Quem estabelece seus limites senão você mesmo e no conflito com os limites alheios constrói a tolerância?

Estamos na fase da cura e da construção de um entendimento da relação entre oque vemos e oque é.

E a cura está no olhar. No invisível, mas presente.

Lá fora esta chovendo e aqui dentro vou escrevendo...

Lá fora esta chovendo e aqui dentro vou escrevendo... trocadilho que não dá para deixar passar. Tarde de sábado, dia gostoso pra muita coisa, inútil pra todo o resto.

E para quem não tem nada, do lado gostoso, pra fazer, mais um pouco de reflexão. Trocadilho infame. Quem sai na chuva é pra se molhar. E se molha e pega a gripe infinita suina A1 tipo II, traço e ponto. Ficar em casa é bom mas é mau. Seco no corpo, molho na alma e a máquina esperando pra ser comprada lá no Brás.

Trexero vem aí, mas a idéia, como um andarilho, parece que foi dar uma voltinha. E a reflexão vem com a saudade da loucura, quando não havia condição pra ter idéia. Tudo era uma idéia. Nada se perde, tudo se transforma e a cor domina o pensamento. O arco-íris que nasce, os limites que são quebrados, a dasdoida que ganha vida, mas nada que acontece porque eu fiz. Imaginação só imagina. Outro trocadilho infame.

Litio na lata, equilíbrio no corpo e excesso de pensamento antes de fazer. E pra disfarçar o Trexero vai dar uma volta, procurar máquina, tentar descobrir um retorno que valha a pena, enxergar um novo caminho que seja bastante agradável, o suficiente para esquecer o que já foi e descobrir o novo.

Minha vó dizia muita coisa, mas depois de morrer o mais importante. Agarra essa chance e se joga de novo no jogo. Mas agora, pra vencer. Pensada a tática, certo da técnica, contundido dos beques que estão por aí pras botinadas da vida, uma idéia na cabeça ( daquelas que nasceram do arco-íris e tudo o mais ), sem camera na mão, disposição pra fazer qualquer mágica que mude esse redemoinho de pensamentos, muito poucas certezas, aliás nenhuma e...

as vezes parece regime. Segunda-feira começa. Porque hoje, lá fora está chovendo e por isso estou aqui dentro escrevendo.

domingo, 28 de junho de 2009

brilho errante

Talvez os sábados a noite estejam com menos poesia, mas isso não significa que não haja mais as estrelas, a Lua e os sonhos.

Também é bem provável que aquela alma libertária e errante, que essencialmente se manisfesta nessa noite ainda vague a procura de um prazer maior do que o álcool ou os etctares e tenha em si a certeza de que ser humano é muito mais. Alma que fica feliz quando vê e pode saber como vai, e aquela conversa toda que não salva o mundo mas faz um bem danado.

De timidez indisfarçável, tamanho desconhecido e curiosidade total, poderia até descrever nos versos tudo o que se multiplica dessas palavras. Mas aí com certeza a magia da noite não seria magia.
E essa alma incorporada, potencializada pelos cliques do orkut e pela minha semelhança na timidez e curiosidade é que acabam me dando um empurrãozinho nesse olá, como vai e... e daí?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Olho de peixe


Tenho um olho de peixe no pé direito. Já faz tanto tempo que to mais pra dizer que é ele que me tem. Cinco, seis anos, nem lembro mais quando ele se incorporou à minha anatomia.
Chegou sem ser convidado. Apareceu, fui num especialista que o expulsou, mas, pelo jeito meu pé é muito hospitaleiro. O danado voltou. Parece que eu estava muito solitário naquela época, por isso resolvi ter um amigo, nele. E deixei ir ficando. Essa é só uma das muitas desculpas que dei pra não voltar no médico e expulsá-lo de uma vez.
Preguiça, solidão, lembrar que to vivo, falta de dinheiro, deixar pra depois. São vários os "motivos".
Hoje arrumei mais um.
Ele sempre dói do mesmo jeito, no mesmo pé e, quando fica insuportável, requer o mesmo tipo de atenção. Parece que eu preferi conviver com essa dor, justificar o meu mancar, a minha postura, com a existência dele, do que ter apenas mais uma estória pra contar e ir em busca de novas.
Existem dores confortáveis, essa é uma. Bela desculpa pra evitar tudo o que não doi, mas que pra ser alcançado, ultrapassa essa dor ou deixa meu companheiro magoado e sensível.
To entendendo que as vezes é muito melhor sentir uma dor conhecida do que suprimí-la e continuar na caminhada atras das belezas da vida.
Hoja, vou no médico.
Adeus olho de peixe.

sábado, 20 de junho de 2009

Obviedades

Pequenas armadilhas se transformam em grandes cercas,
fios de esperança nos trancam na mesma postura,
Quando um raio de luz brilha, tudo faz sentido
e nos sentimos espertos para fugir dessa trama.
E super homens como somos nos emparedamos
em grandes certezas sobre o que nos engana.
Para num piscar de olhos estarmos perdidos,
sem rumo e sem brilho na mesma trincheira.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mudanças

As pessoas mudam, mas tanto faz se pra bom ou não, dificilmente estou pronto pra perceber e entender isso. De vez em quando cai a ficha e aí, quem muda sou eu. Espero que essa mudança seja pra melhor, mas não espero que percebam ou concordem.
Aliás não espero nada. Mudei pra ir pra outro lugar, não pra agradar.

sábado, 6 de junho de 2009

pode ser

A paz do seu sono é esperança do meu amor,

sua irriquietação no sonho é, talvez, paixão.

E se meus sonhos não tem rosto,

meu sono ainda sente o seu calor

e quando eu ainda posso me aquecer

minha esperança passa a ter valor

e na inquietação que me faz querer,

ter mais um amanhã pode ser amor.


Eternidades

Outro dia disse que tem eternidade
que dura enquanto dura o momento
e outra que dura enquanto o tempo durar.
Parece que descobri mais algumas.
Ou que que a eternidade tem
vida própria e morte curta.
E renascimento infindável.
Dores e amores são eternos.
Podem ser ou não ternos,
mas duram num segundo
o que nunca o relógio esperou.
Pequenas bobagens, tolices belas
ou agressões singelas
que se juntam à eternidade
e a relatividade do quanto.
Podem ser grandes ou não,
de acordo com o coração.
O meu esta calmo.
Depois da tempestade
a bonança que é boa
porque não doi nem chora,
apenas olha e espera.
Sei que nada vai chegar,
o que partiu não vai voltar.
Não dói nem chora.
Sorri e contempla e, olha!,
teve dia que não ia terminar.
Mas de demorar virou cinza,
e da cinza virou página,
e mesmo que em branco
diz que o que é novo
é vida e vai ser melhor.

terça-feira, 2 de junho de 2009

trova de ninar

mais um dia que finda
e com ele única certeza.
Amanhã, não a mesma beleza,
outra chance descortina.

Os problemas acabam
as bexigas se encolhem
se há duvidas, se mudaram
e quem pode se recolhe.

Mais um dia que passa
só nos sonhos estica
e o impossível realiza
Pr'amanhã ter mais beleza.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Paradoxos do nosso tempo

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo,pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama,mais em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor,quando vêm de lá de dentro.
Por isso, valorize sua familia, seus amores, seus amigos, a pessoa que lhe ama...
E, aquelas que estão ao seu lado, sempre..!
       George Carlin

domingo, 17 de maio de 2009

Os fins justificam os meios?

Numa escola pública norte-americana estava ocorrendo uma situação inusitada: uma turma de meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso. O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora. No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho.
O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho...
Moral da história: Há professores e há educadores...
Comunicar é sempre um desafio.
As vezes precisamos usar métodos diferentes para alcançar os resultados certos.
As vezes!

Balançando

Balançando eu não me equilibro, só demonstro, quando passo pelo centro que estou indo na outra direção

Muitas vezes ouvi a pergunta: Porque? Por que continuar o que está acabado, não é melhor fazer um novo? Ficar retocando, tentando modificar coisas que pra mim são imperfeições ou possibilidades de alcançar uma perfeição que sugira um recomeço da convivência com o ideal.

É um sentimento dúbio, fazer outro porque este está acabado ou continuar porque é uma continuação. É verdade, também é uma redundância.

O equilíbrio é uma sensação dúbia. Eu posso provocá-lo ou posso encontrá-lo. Depende de quando e de como estou me sentindo. E a continuação depende desse sentimento, parece. Quando eu provoco, existe um poder implícito e, de novo, a sensação de bem estar, de onipotencia me deixa isento da dor das mazelas do mundo. Mas são muitas as dores e a onipotencia é uma só. O dreno de energia causado por sustentar essa posição de “deus” é enorme e quanto menos “deus” eu fico mais a balança, ou menos o equilibrio existe. Mais força eu preciso tirar do outro para ficar estabilizado. Mas se o outro, está desiquilibrado, menos é provável que nossa combinação continue a funcionar. Dois desiquilibrios convivendo juntos, impossível não terminar em distância, dor e solidão.

Das nossas afinidades, todas cristalinas, à flor da pele, visíveis para qualquer um , em mim, nela, no caso, ou nos dois, quando confrontadas com as nossas necessidades ocultas, nasce esse sentimento de ligações extra vida, cósmicas, espirituais – dê o nome que achar melhor. Mas parece que das afinidades que nos conecta de forma tão bonita e indivisível, o efeito colateral é que nos desviamos doque realmente é preciso pra recuperar a energia perdida por representar um papel, em parecer o que não somos. Pessoas fortes o suficiente pra sermos nós mesmos e sermos o que o outro necessita em nós.

Representar, essa parte não pode ser esquecida. Um erro de postura, meio que uma droga, porque é muito bom mas destrói com o passar do tempo. Levei muito tempo para perceber o tamanho desse erro. De ser “ o homem da casa” a ser “tudo de bom” ou muito bonzinho foi quase uma vida. Melhor dizer que foi quase uma perda de vida, ou de tempo, para ser menos trágico. De uma forma lenta, mas bastante consistente, vou chegando num momento em que não preciso ser mais um outro dentro de mim ou “pra viagem”. Quanto mais penso a respeito chego a conclusão que existem dois tipos de coragem. Uma implícita ou instintiva, que nos empurra no enfrentamento das ameaças visíveis, das catastrofes, enfim do que vemos como possibilidade de nos causar dor. E uma outra, que está ligada a pagar o preço da autenticidade e da liberdade de ser e pensar, sob o risco de não ser agradável, nem de conseguir sustentar relações familiares, amorosas, profissionais e etc.

Essa segunda é facilmente subtraída de nós porque o apelo de falar e fazer o óbvio é muito forte e garante uma aceitação que dá bastante prazer. Por mais efêmera que seja. E destrutiva.

Muitas coisas estão bem claras para mim, muitas coisas estão se desnudando em mim, sobre o meu comportamento e meus vícios de postura. Gostaria demais de por nas minhas diretrizes básicas de vida essas coisas tão elementares e tão favoráveis a viver saudavelmente, mas como droga a representação de um personagem é muito forte e quebrar esse círculo realmente é muito difícil.

Hoje a minha incomodação comigo, que gerou todo esse macrodesequilibrio – vamos chamar assim – visto que incorporou todos os pequenos erros de postura, me obrigam, se eu quero ser melhor, a tratamento, físico e mental; a muito mais que entender, por em prática formas de pensar e agir que são a chave de uma vida mais real. Isso está provocando agora outra dualidade. Uma constante mudança de posição, papo de duas personalidades se alternando no controle das minhas atitudes, papo comandado pelo medo de fazer as coisas de outra forma, medo de fazendo o que sinto o certo, provocar o que não quero. Uma solidão muito maior – se é que ela tem tamanho – do que a que eu sinto por tentar ser o que não sou ou não atrai mais o olhar de quem eu quero.

Um ingrediente que não pode ficar fora desse papo é o tempo. Aqui ele passa a ter tamanho e peso. De novo comparando ao vício, não percebi o quanto passou nessa caminhada para o fundo. Mas a partir do momento que percebi meus erros a intolerância comigo mesmo explodiu visto que se eu sou tão esperto para perceber meus erros não posso ser tão obtuso para não corrigí-los. Ou tão fraco.

Mas antes de terminar, não dá para deixar de falar sobre um efeito colateral. Quando eu estava caminhando para ficar ruim, a todo momento alguém me alertava. Primeiro o espelho, depois a balança, o telefone, as pessoas mais próximas, e por fim, o aviso fatal – a solidão. Agora que estou retomando o caminho certo – é o que eu acho – os alertas estão acontecendo novamente. Interessante e óbvio. Sinto aproximar a hora do espelho, oque pode significar o final da subida, vamos dizer assim. Não é o final da história, porque acho que depois que estiver no plano certo tenho que aprender a ficar equilibrado, e a me manter assim. Portanto demora mais algum tempo, mas já não importa mais já que está bem enraizada em mim a idéia e a certeza do melhor jeito de ser. Ou do jeito certo. Mas de novo, agora, aparece o dúbio. Como já disse de outra vez a certeza de que é melhor ficar longe e a vontade dilacerante de estar perto. Pode ser uma provocação, ou um estímulo para botar em prática o que me custou tanto aprender, ou pode ser a hora de tomar uma decisão. Parece a mesma coisa, mas não, tem suas diferenças.

A certeza de que mudo para ser melhor tem que prevalecer, o sentimento que rege a minha necessidade de sobrevivência tem que ser forte o suficiente pra ficar claro que opções contrárias são contrárias também a isso.

Talvez porque o entendimento é que o belo não está no que vejo, mas no que sei e sinto. E na identificação disso com o que me rodeia está a possibilidade de ser bom e feliz.



terça-feira, 12 de maio de 2009

em São Paulo, dezenove horas

Alguém pode estranhar que passam dias sem novos textos e derepente uma enchurrada.
Pode parecer estranho, mas ainda não consigo escrever direto no blog. Adoro uma caneta, papel, a dificuldade pra entender a minha letra, uma revisada básica no que escrevi ( apesar de vez ou outra achar que tem palavra escrita errada ), digitar no editor de texto - sempre altero alguma coisa nesse momento - e depois blog. Ritual da escrita.
Mas todo dia dou uma olhada na página pra saber se tem mais algum seguidor, algum comentário, essas coisas das quais o ego tanto sente falta.
E aproveito para reler o que escrevi, criticar, imaginar como fui capaz, no bom e no mau sentido e ficar imaginando o que vai sair de mim na próxima canetada.
E sempre fico fascinado com o poder das letras, formas tão simples, tão antigas e tão poderosas. Capazes de combinações infindáveis, de significações idem e de não serem percebidas sempre. Tem gente que só reconhece as letras, mesmo assim só 5, nas provas de multipla escolha. Tudo o que vem antes e depois não serve pra nada. Apenas a letra certa dessas cinco tem importancia.
Não param pra pensar que as letras, como os números e os símbolos traduzem tudo que somos, não somos ou seremos. Nos tempos modernos tomam nosso lugar. Tem vida e criam e destroem vidas. E ainda assim são invisíveis para a maioria. E, gozado, quando um Pessoa ou Drumont demonstram suas habilidades com as ditas, o mérito é só deles, não delas.
Mas enfim, Tenho uns quatro ou cinco textos começados, bem pensados e não escritos pra rolar o publicar. Mas ainda estão madurando. Eu mesmo to madurando.
O mundo vai girando, a Lusitana vai rodando, eu vou por ai olhando as coisas e as pessoas, tirando minhas conclusões e jogando tudo na cabeça, sacudindo e esperando a hora que alguma coisa vai ser dita.
Mas por enquanto, em São Paulo dezenove horas. Hora de desligar do Mundo e lembrar que depois tem mais.
Até já.

em tempo: hoje saiu tudo de primeira, no blog, sem revisão e sem razão. A não ser o fato de que to vivo e atento, de caneta na mão.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

creio

Volta e meia alguém descobre algum tipo de eternidade.

Um pneu que não fura, um navio que não afunda, uma verdade.

Todos temos alguma eternidade só nossa.

E todos desconfiamos da dos outros.

O egoismo e a vontade de ser melhor.

É mais um daqueles pensamentos óbvios, mas que só surge quando tenho que optar por perder para ganhar.

Quem é que gosta de abrir mão do que tem, mesmo quando isso significa dar um passo para a frente?

Estou sentindo essa angústia. Hora de dizer adeus e hora de dizer que bom que está mudando.

Não sei se é meu orgulho macho que está ferido, se é uma obsessão descoberta e aniquilada, mas sei que ultrapassar esse ponto é melhorar como pessoa. E é também me afastar mais um pouco daquela imagem idealizada por mim para mim e para nada. Um formato confortável, um quadrado bastante seguro, com todas as justificativas pra continuar encolhido, me achando o máximo, mas invisível pro mundo. Confortável e seguro. Já que não quero e não represento mais papéis para agradar os outros. Devagar e com constância vou demolindo esse muro que me separa da realidade. E quanto mais fico exposto e quanto mais vejo o que há do outro lado, essa angústia vai crescendo.

Agora começa a aparecer algum indício dessa mudança. As coisas que vão se materializando, vão mostrando que é para melhor. Ver direito é muito bom, mas não permite mais sonhar nem me enganar. E a lógica construída pra me enganar é tão perfeita que nem há como não me sentir perdido entre esses dois mundos.

Interessante é saber que a nova figura que os outros veem é agradável e simpática. Me surpreende. Me dá alguma sensação de bem-estar. Mas acho que queria as duas coisas. Por isso o egoismo. Queria ser o bonzão sem ter que admitir que estava errado.

Parece que ser normal não é ser Deus. Mas não somos deuses e astronautas? Viajando no nosso desejo e contando pro mundo como é a melhor viajem que alguém pode fazer.

Viajem solitária.

Já na viajem coletiva tem que haver os erros e os consertos de caminho e de postura. Das acomodações e reavaliações surgem os saltos e descobertas pro que no final significa ser melhor. Mas o egoismo parece ser a última barreira a ser rompida. Porque na minha caminhada ele sempre aparece me questionando: mudar pra que, se eu sou tão bonzão.


domingo, 26 de abril de 2009

errata

Essa tal nova ortografia serve pra quem não sabe escrever continuar não sabendo e quem sabia, já não saber mais.
Eu como estava no meio do aprender, até me achando meio inteligente, sou obrigado a chamar, daqui pra frente, tudo que estiver errado na minha escrita de licença poética.
Ou como disse alguém antes de mim, pode estar errado, mas é meu.

Se alguém conhece quem estava indo pra Portugal, Moçambique, Angola e outros portugueses de além-mar, aprender o português, tira uma foto e me manda. E na volta do dito pergunta se bicha deixou de significar fila e/ou esses maneirismos todos deixaram de existir.
Tanto faz se com ou sem acento.

domingo

Tinha domingo que dava raiva quando acabava de tão bom que era. Bem diferente de hoje. Parece que dormi na sexta para acordar na segunda.
Durante a semana é mais fácil sumir, invisibilizar-se no meio dos outros. É difícil decidir quando já não sei mais.
Porque querer o bem gera tanto ódio?
Domingo de solidão dá vazão para buscas e descobertas sobre nós e o mundo: conviver é possível!
Domingo é o dia de emparedar-se entre a certeza de que é melhor ficar longe e uma vontade dilacerante de estar perto.
Mas tem coisas boas também. É o dia no qual percebi que posso seguir em frente, afinal estou livre.
Até amanhã.

E apesar do sofrimento, como é bonita a tradução dessa dor.

terça-feira, 21 de abril de 2009

sensações

Estava acrescentando fotos da Gilberta, minha filha, no orkut e, inevitavelmente, voltou a imagem da primeira vez que a vi.
É, mãe tem filho. Pai descobre. Ou se descobre pai.
O nosso encontro foi bem legal. Eu estava no corredor, ainda meio puto porque não pude acompanhar o parto, que tinha começado fazia uns 20 minutos. Então sai um médico ou enfermeiro - só lembro que estava paramentado de sala de cirurgia - com ela nas mãos.
Ela, uma bolinha de cabelos pretos e rosto inchado com duas bolas enormes e curiosas e azuis. Era o que dava pra ver. Mas não precisou mais. Ali, naquele momento ficamos acertados. Eu pelo menos senti isso. Deve ter sido a primeira vez que me senti pai. E pensei: legal, tá tudo certo e vai dar tudo certo e vai ser muito bom ( só lembro dessa parte, passou mais coisa pela minha cabeça. mas emoção e etc e tal me atrapalham a memória ).
O tempo foi indo, nós junto com ele. teve um período que fui muito pai, teve um período que poderia ter sido mais. Não é que eu quisesse ser perfeito, mas também não precisava ter feito certas bobagens que fiz.
Hoje essa lembrança não é prestação de contas, muito menos despedida, mas é a primeira vez que escrevo sobre isso. Por que ficou pra mim que ninguém nunca vai entender o que eu senti no nosso primeiro encontro.
Existe amor a primeira vista. Tem uns que são eternos enquanto duram e tem uns que são eternos enquanto o tempo existir. E esse é um que vai continuar depois de mim, espero que depois dela tambem.
Nesse filme que passou na minha memória, na vontade que dá de voltar e viver tudo de novo, nessa certeza de que não poderia ter sido melhor o nosso primeiro, segundo, terceiro e infindáveis encontros aparece uma saudade enorme e um egoismo maior ainda de querer parar o relógio, ou começar tudo outra vez.
Então fica a promessa que todo dia é um recomeço, primeiro pelo olhar, pela telepatia que comunica que tá tudo certo e que vai ficar assim; e depois de passar a alegria de vê-la o orgulho vai ser bem alimentado pelas confirmações de que realmente naquele nosso primeiro encontro estava conhecendo um pessoa muito especial, que o que senti era o certo, talvez só um pouco modesto.
Porque, pode ter certeza, ela é demais.

domingo, 19 de abril de 2009

sentidos

Eu não sei mais,
talvez porque saiba pouco
ou porque não sei tudo.
Certezas são efemeras
e quem não acha isso
pode até achar que sabe tudo,
mas precisa é aprender mais,
descobrir que o que sobra é pouco.
Dúvidas não são passageiras,
são condutoras, nos dizendo
um pouco de tudo pra sermos mais,
mas nunca que sejamos tudo.

Suficiencia não é ciencia.
É sabedoria na dose exata
é perceber o que é real,
entender que nada é final.
Um passo de cada vez,
uma vontade após outra,
para aprender que o limite
está atrás da próxima porta.
Na ganancia qual é esse limite,
se é porta sem tranca, não divide.
Um jeito cego de ter o que existe,
como busca insana de ser normal.

sábado, 28 de março de 2009

espelhos não sentem calor

Aqui na terra podiam estar jogando futebol, indo em muito samba ou em show de rockandroll, mas o Chico, amigão, anda curtindo mais as areias, o Sol e as sereias.
Dentro daquele pensamento que: tem dias que são bons, tem outros que não, muita gente está sentada esperando pro que vai acontecer e não acontece nada.
A minha é mais pro Vandre, de não esperar acontecer. E as coisas estão rolando. Mas numa velocidade impressionantemente baixa.
Então tem algumas esperanças de trabalho, uma ansiedade, na maioridade, pra isso ser já.
Do tratamento muita coisa está sendo boa, mas as duas que acho ruins não precisam formar um trio. Adoraria ter preservado um tanto da minha loucura, mas cada dia mais acho que ela é bipolar. Ou existe ou não existe. Uma pena, ainda acho que um pouco de loucura só faz bem.
A segunda me chateia muito. Quando me disseram que a minha libido tava concentrada na criação, energia muito grande, por isso muitas idéias, simplesmente lixei. Acertei o foco ou melhor, tirei o foco das idéias.
E só depois me liguei que libido é energia, e não o pejorativo do tesão. Mas já era tarde e o baú já tava trancado.
Em troca disso, aleluia, consigo conversar 5 min sobre o mesmo tema, sem fazer um roteiro de filme, poesia ou foto sobre as derivações dele. Pro outro fica mais fácil, mas pra mim, muitas vezes, mais triste.
E como eu tava querendo deixar as coisas mais alegres, to procurando outro estilo, ou se possível inflar a veia do humor. Se bem que o meu é meio seco. Mas com uma molhadinha, vamos ver.
E o lado João continua tentando as reconexões, mas com essa timidez que me norteia e uma constante decepção com as pessoas que ando descobrindo tá difícil. Pior é o que volta e meia descubro sobre as pessoas que já conhecia. As vezes a vida de ermitão faz muito sentido, só não faz quando começo a contar a população do planeta e aí fica difícil imaginar que os outros 5 bilhões e pouco também são assim.
A minha intuição, apesar de poder estar um pouco contaminada ainda me diz que é preciso ter, por mais um tempo, um pouco de calma; e continuar prestando atenção no movimento.
Aquela estória: tem dias que são bons, tem dias que não.
E pode parecer piegas ou mero instrumento de abordagem, mas vc está na lista dos dias bons que virão. Porque os que passaram, não importa como foram, são só lembranças.
Que não diminuem a saudade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

o tempo de cada um

Como dizer nunca mais
Quando um segundo é tudo
Ir em frente pra onde?
Aqui e agora é chão,
Não é não
É buraco sem fundo
É uma ida pra onde não quero ir
É tudo que vem depois do fim
É só o começo

E o começo começa onde?
Quanto parafuso precisa
Quanta idéia perdida
Quanto choro, como dói
Prum belo dia rir e sair
E daí pra frente tanto faz
É só um começo
E tava na hora de começar

quarta-feira, 25 de março de 2009

você viu por aí?

cadê a memória das pessoas.
Não dá pra pensar que todo mundo é idiota. Já quanto à preguiça...

terça-feira, 24 de março de 2009

E pequenos são os vazios?

E pequenos são os vazios?
Mas se estão vazios, como podem?
Pelo menos assim dá pra entender o infinito.
É. É por isso mesmo, não é pequeno, não é grande, não existe.
É só o seu olhar, o seu sentir e pra muito poucos, o criar.

+ frases do meu parachoque

As vezes a gente demora tanto que, chegada a hora, só tem tempo pra sentir saudade.

renascer

Eu ontem senti saudade de ser feliz.
Fazia tempo eu não sentia nada.
O grande vazio que seria bonança,
se a tempestade não fora apaixonada!

Eu ontem senti vontade de ser feliz
Fazia tempo a vontade, de mim, se afastava,
levando com ela minha energia drenada,
trazendo pra cá o que ninguém mais, lá, esperava.

E ontem quando a saudade e a vontade
se viram e se perceberam numa só coisa,
de repente formavam uma nova verdade.
E eu estava novamente sentindo bater a vida.

dias e dias

Tem dia que é bom,
tem dia que não.
Tem dia que passa,
tem vezes que vão
A melhor hora é quando começa ou acaba,
depende de ser
ou não ser bom.
Ser ou não ser
sempre é a questão.
Tem hora pra tudo,
nem sempre um minuto
é uma imensidão.
Tem dia que sou tudo,
tem dia que não

terça-feira, 17 de março de 2009

só de sacanagem

'Satânico é meu pensamento a teu respeito,
e ardente é o meu desejo
de apertar-te em minha mão,
numa sede de vingança incontestável
pelo que me fizeste ontem.
A noite era quente e calma
e eu estava em minha cama,
quando, sorrateiramente, te aproximaste.
Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu,
sem o mínimo pudor!
Percebendo minha aparente indiferença,
aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares.
Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente,
mas em vão. Deixaste em meu corpo e no lençol,
provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar.
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força.
Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos.
Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo..
Só assim, livrar-me-ei de ti,
pernilongo Filho da Puta!'

(Drummond)

sábado, 14 de março de 2009

o nascimento do arco-íris ou bem vindo ao Caps IV


tem meses que estou com esse discurso pronto:

Se vocês querem saber como nasce um arco-íris, ele nasce dessa união de pessoas em torno de uma idéia que traz pela cor o bem para todos.
De cada um que participa, das nossas diferenças e afinidades, norteados pela finalidade e pelo trabalho.
Gerar um arco-íris não é fácil. É preciso entender as intempéries e tirar proveito delas, filtrando oque há de mais puro e transformando coisas ruins em boas.
E, depois que começa, garantir um percurso pra luz que alcance todos, que atraia mais gente para novos arco-iris. Ou seja, muito, mas muito trabalho.
E se você também quiser saber como acaba o arco-íris, lamento, ele não acaba. Pode ser até que se torne invisível, vez ou outra. mas é natureza pura, procurando energias e motivações para ressurgir, aos nossos olhos, mais belo e forte. Que, enquanto se reenergiza, observa e compreende novas formas de surgir e influir, sempre apontado para o pote de ouro, que há em sua outra extremidade, um pote que traz o bem mais precioso ao ser humano, a felicidade.

o pouso da Cajaíba

Levantei num vôo longo
me achando forte, não nego.
Depois de uma viagem ruim
turbulenta, mas linda,
avistei, no pouso, o paraíso.
E, então, vi que a Cajaíba era eu.

freiar ou deixar rolar

Quantas decisões consigo tomar racionalmente? Mesmo no vestibular,raciocinando, fazendo e conferindo, a decisão, ou melhor, a certeza é racional?
O intuitivo é racional, ou só passa a ser quando há opção. Por exemplo: na fome, a vontade de comer é intuitiva e as reações são emocionais.Mas se há escolha entre macarrão e sopa de cebola cai na vala do racional. Se atirar num projeto de vida novo não é exatamente uma sopa, mas tem lá suas semelhanças e analogias.
Mas as diferenças devem vir primeiro, acho. A principal, até agora e por analogia também, é que a sopa, por mais que seja dividida é, no final, individual. Não há mais nada nem ninguém nesse quadro, enquanto no outro tudo é relação. A não ser que seu projeto de vida seja ficar esperando uma missão da NASA aparecer em Plutão. Sentado e de boné. Meu projeto prevê a tolerância, a divisão, a aculturação, prevê tudo oque um projeto ideal pensa. Isso, pensa! Racionaliza, constrói uma idéia, estrutura tudo e está pronto pra sair pra prática. Fodeu. Junto todos os apetrechos, toda a carga ( nem sempre tudo é necessário, mas dá mais segurança ) nas costas, vamos a luta e não sobrou lugar pra toda aquela racionalidade.Talvez, se eu fosse um computador, e ficasse reanalisando tudo que acontece segundo a segundo e fosse me reconstruindo de uma forma mais controlada -caso fosse possível conviver com essa velocidade das novidades. Mas não sou. Acredito que somos capazes de assimilar mais informação que qualquer máquina, seja ao mesmo tempo, seja pelo nosso tempo de vida. Porém, perceber, interpretar, colocar no nosso dia-a-dia e tudo o mais, só na crise.
O Rei tá nu!
A casa caiu!
Batata. Deprê, angústia e reflexão. Ou pra voltar pro título, o freio de emergência. Onde errei, por que? Fácil. Excessos. De racionalização. Porque? Fácil de novo. E por analogia, de novo. Se você chega onde tem macarrão e impõe a opção da sopa ( que claro, já está prontinha e fria ) corta o barato geral. Se vamos fazer alguma coisa juntos, é juntos? No que, como, etc. Essa linha, no raciocínio, normalmente vem em corpo 1, bem pequenininha, mas tá lá. "compartilhar é uma via de duas mãos, e nem sempre o sinal está aberto pra nós, que somos jovens. Se abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua, sem consentimento, pode terminar em porrada. Ou deprê, angústia e reflexão.
Pois é. Não é complicado mas é complexo. E como descomplexar? Por enquanto, vendo os sinais todos amarelos – atenção – e me acostumando com esse balanço novo da vida. Ou, pra voltar pro título mais uma vez, sem freiar, mas não precisa correr. Aliás, não precisa rolar, é só ir na caminhada, sempre olhando pros dois lados antes de atravessar a vida dos outros.

desreencontros

Desreencontros foi uma daquelas milhares de idéias que explodiram em mim quando eu fiquei totalmente demais.
Veio completo: texto, imagens, luzes, tudo enfim.
Depois, quando já era possível pensar calmamente sobre essa idéia, era mais soturna do que eu queria. Devia ser mais engraçadinha, lembrando uma brincadeira como a cabra cega ou pôr o rabo no burro.

( do texto, das imagens e do resto, trato outra hora Por enquanto uma sinopse: “duas pessoas, um homem e uma mulher, param para atravessar a Paulista, na esquina da brigadeiro.
É noite. Na calçada só os dois. Poucos carros passando, mas os dois esperando o sinal fechar.
Entre eles está o poste do sinal de trânsito, que por isso só permite a eles se verem de soslaio ou viés.
Os dois tem o mesmo sentimento.
Durante a espera oque eles pensam é exatamente a mesma coisa, pensam na mesma solução, que por sinal pode estar ao seu lado. Xô solidão. Mas o sinal abre os dois atravessam e fim.”)

Apostei na idéia de dividir o texto. Só que pra escrever em dupla tem que ter liga. Na teoria dos limites o tudo e o nada são equivalentes porque não existem; são licenças poéticas emprestadas ao cotidiano. E por analogia, se nada é por acaso, tudo também é.
Na busca por uma resposta óbvia pro outro nome escrevendo comigo, nasceu o blog.
Talvez porque precise me acostumar mais a digitar ( a caneta é um dos meus vícios ), talvez porque preciso escrever mais, exercitar melhor. Mas o motivo principal é outro.
Sinto que é uma oportunidade de aprender a me organizar de forma que possa me desorganizar, reorganizar sem virar uma zona.
Bem simples.
Uma terapia internética, focada no meu umbigo e exibicionista.
Claro, desreencontros é um paradoxo. Os limites sempre vão ser.
Eu sou
Tu és
Ele é
O blog é pra isso: pra cada um poder se comparar com os outros e nas semelhanças desagradáveis ter um parâmetro pra se entender melhor. (Se é vc que está esperando o sinal abrir, quem sabe é vc que vai me desreencontar. Só escrevendo pra saber, então te aguardo)

quebrando barreiras


de são e louco todo mundo tem um pouco

Depois de muitos anos buscando cura para os nossos transtornos mentais; muitos tratamentos, internações, medicamentos e terapias inacabáveis, desistimos de tentar remar contra a maré e aderimos.
Já que não dá pra convencê-los que, mesmo que aos poucos, estamos melhorando e querendo mais, resolvemos nos alinhar e - não somos tão bons em criar personagens? - voltar pro mundo na miúda.
Dois olhos, duas pernas, falta de grana, muita conta pra pagar, uma certa desesperança com o futuro, quem é que poderia notar alguma diferença com tanta semelhança.
E saímos por aí.
Cada um no seu caminho foi descobrindo sozinho que, tudo igual, éramos olhados como ETs, bonapartes ou jesuscristos, sei lá!
Logo a gente, josés e joãos, marias e benes, tão simplezinhos e comuns?
Pois é, foi um choque, e de choque em choque chagamos a conclusão que a saída era convencer as pessoas que não precisávamos ser diferentes do que somos pra sermos iguais ao que os outros são.
Compreende?
E como, no momento, o tratamento da moda envolvia oficinas de arte, e arte é bem legal, vamos deixar rolar, pq qq coisa é tudo louco mesmo.
E não é que começou a acontecer um monte de coisa legal, no papel, no banco do jardim, computador, até moda e cinema!
Mesmo sabendo que o aplauso pode ser motivação e não reconhecimento, é bom. É mesmo muito bom.
Mas alguém vive de aplauso?
Dá pra transformar essa produção artística e cultural numa forma de renda que, pelo menos, ajude na sobrevivência desses teimosos bonapartes e benes?
Bem vindo ao Caps IV.
Essa é a idéia.
Ampliar a atuação das oficinas, no sentido de dar continuidade a sua produção, desviando da lata do lixo. Tendo certeza que, sem o olhar do preconceito, sempre haverá uma surpresa agradável, seja uma roupa, um filme, uma dança, uma peça, um livro, enfim... seja lá o que for. E por isso passa a ter outro valor. Sustentabilidade e possibilitade de se reconectar com a sociedade dividindo um espaço onde as pessoas, naturalmente, se permitem mais.
O mundo da arte e da criatividade
Participe e surpreenda-se.



nota. Em maio de 2008, começou a montagem do projeto Caps IV.ong, uma casa de arte-terapia, cuja existência será bancada pela produção dos oficineiros com renda revertida para os próprios. este é um dos textos de apresentação da casa que hoje se chama Radial 117.

a coragem e a confiança

Dia de sol, calor, Cajaíba paraíso, e lá na ponta a Pedra. Alta, dez metros talvez, escalável e linda, maravilhosa nos desafios da subida e do salto.
Coragem, um não sei oque que vem não sei de onde e que está em todas as nossas decisões e ações, mas que não consegue, sozinha, transformar o instintivamente possível no racionalmente realizável.
No momento da ação a confiança assume, racionalizando tudo que o impulso fez para que o sujeito chegasse ao salto. Entre chegar à pedra e estar na posição de salto foram 30 segundos? Um minuto? Por que tudo o que foi intuído e aceito como possível mudaria tão rápido?
Por que ter medo de saltar se é possível?
Todo sujeito que já se deparou com essa situação, por analogia ou não, sabe doque estou falando. Saltar ou não. Fazer ou não. Escolher esse ou aquele. Passamos por isso todo o tempo com doses maiores ou menores de emoção.
E à medida que vamos saltando das pedras, vamos ficando mais confiantes e melhores.
Confiando na nossa, pessoal e intransferível, coragem de viver

da força que ergue e distrói coisas belas


Tava lembrando do dia que parei naquela esquina, aquela casa da Paulista, banheiro semi destruído, pichado:”da força que ergue e destrói coisas belas”.
De perceber a beleza a perceber a verdade, demorou.
Mas percebi.
Viver é muito fácil. Basicamente se resume em não se levar muito a sério. Depois que você começa a se achar inteligente, froideu-se.
E se perceber que está sempre voltando, recomeçando, reconstruindo, seja simples. Apenas faça.
Pensar é muito bom, mas fazer faz parte do que o pensar também faz.
Equilíbrio.
Como eu to feliz de saber que está acabando esse tempo de dúvida. Como é bom confiar. Primeiro passo dado, vamos pros outros dez milhões e meio até estar tudo OK.
É difícil saber como começou. Eu sei que fui perdendo o brilho. Sobre isso, penso que brilhava muito quando era criança, por isso demorei a ficar cinza.
Mas enfim... começou.

Por mais que não queiramos, muitas vezes uma atitude boba gera muitas conseqüências sérias. E a vida sendo dinâmica... sentir cheiro de merda é melhor do que se perceber no meio dela. Procure respirar fundo sempre - qualquer sinal, se liga.
E apenas olhe com simplicidade pras coisas. Complexidade é sinônimo de nada.
Só o foco vale.

To feliz porque estava desfocado, vendo as sombras do viver, e correndo demais pra lugar nenhum.
Focado e entendendo não tem porque desviar outra vez.
A minha felicidade também tem isso, além de entendimento: tolerância, paz e muita pressa.
Aprendida a lição de como enfrentar a dor e olhar pra onde está acontecendo, viver fica mais fácil. E mais feliz, porque o futuro é melhor. A tolerância é melhor, a paz é maior, a vida faz sentido e a pressa fica pelo caminho.

se, se, se. serê, sesê

minha boca não me obedece,
meu coração não me reconhece,
meu célebro já não se compadece,
e dos meus amores perdi o esse.

sexta-feira, 13 de março de 2009

pobremas mutante

do mesmo jeito que não existe sombra sem luz,
e filhos sem pais, não existe guerra sem paz.
do mesmo jeito que não existe pobrema sem solussão,
não existe a sanidade sem a alucinação.
nem uma idéia boa sem uma rima tola.

correndo atrás querendo ficar na frente

(escrito em maio de 2008)
Desde que nascemos, aprender é intuitivo e contínuo. Andamos, falamos, brincamos, fazemos amigos e inimigos, vamos para a escola, subimos os degraus da vida, sociedade, trabalhamos, negamos nosso passado, construímos ou destruímos um sonho, descobrimos que está tudo errado e caminhamos para a morte ou pro recomeço com uma segurança proporcional a quanto descobrimos e aprendemos. Tudo de acordo com o tempo que nossa consciência leva para perceber, assimilar e propor novos desafios.
O tempo é a chave. É quem determina a relatividade da vida e a grandeza do ser humano. É o que iguala todos, no final das contas. Se todos procuramos a verdade, o tempo acaba sendo igual para todos os que a encontram, porque dentro dessa medida está inserida a quantidade de experiências que somos obrigados a suportar para aprender o que no final é uma coisa só.
Nessa caminhada, nesse suplício para muitos, passamos por momentos grandiosos, de muita alegria e felicidade provocada pela sensação de estar aprendendo e evoluindo. Mas grandiosos, as vezes também são pela raiva que nossos erros provocam em nós e nos outros e pelos outros. Algumas vezes tudo ao mesmo tempo.
Nesse momento da minha vida é oque eu sinto. Quando me perguntam porque tanta tristeza e tanta angústia, a resposta é essa: estou com raiva!
A ordem dos motivos não importa, a sensação é de que é muita coisa. Toda hora escapa algo. Por mais que corra tudo corre mais. É bom estar melhor mas é preciso estar bom
Pela quantidade de vezes que me sinto melhor por pensar, sentir e perceber mais e claramente a respeito da vida e das pessoas e com isso, automaticamente, a vida propor charadas mais sofisticadas e armadilhas mais difíceis de ultrapassar. O exercício da tolerância vai se tornando, a cada passo, mais fundamental e mais intolerável, para conviver com as novas descobertas e sustentar a relação com as pessoas.
A partir do momento que descubro que o caminho é simples, mas cheio de desvios, as coisas ficam mais fáceis de ser enxergadas.
Por isso descubro que a tolerância é imprescindível para conviver, que a humildade está em ver as coisas como elas são. Em procurar harmonia no que é o lado bom e ponto. Que é possível viver assim e sofrer menos com as surpresas que os outros sempre nos reservam. Que quando isso se torna impossível o certo é o afastamento e descobrir outras possibilidades e continuar e continuar.
Mas acabo estabelecendo relações que ganham tamanho e apelido, e quanto mais importantes mais dolorosas em algum momento. E mais difíceis de descartar.
E saber que tem que ser assim é o motivo segundo da raiva. Troca é o que se espera de qualquer relação, fraternal, amorosa, comercial, não importa. Essa troca se dá em qualquer nível e em qualquer tempo. Mas sempre acontece. Quando pára a troca: turbulências, raiva, sofrimento e o pior, a pior sensação, a de burrice e insignificância.
Nada pior do que ser descartável. Por pior que nos sintamos, sendo importante para alguém nosso ego se vira. É fácil nos enganarmos porque queremos ser enganados, porque queremos manter uma situação confortável que afasta o medo e a solidão. É fácil perdoar e não enxergar o óbvio. Fazemos qualquer coisa para nos sentirmos úteis e necessários.
Mas nem sempre somos.
E somos os últimos a saber. E é muito doloroso enxergar. O vazio existe e é enorme, principalmente quando descobrimos que antes de sermos enganados, nos enganamos, nos iludimos em nome de coisas que fazemos questão de complicar só para não ter que assumir que a fila anda e que o próximo é o seguinte para nós e para os outros.
E dá medo.
E o medo faz com que o tempo pare. Parece que quanto maior a consciência disso, maior o tempo para tomar consciência das mudanças a nossa volta e reagir e fazer com que a fila ande. E vem daí mais raiva.
E a soma das raivas que vão surgindo na mesma rapidez com que percebo meus erros de postura vai me paralisando e me deixando perdido.
É essa a hora de se atirar de cabeça, de novo, na vida ou se trancar na certeza do sofrimento e morrer na ignorância?
Minha escolha é me atirar, é seguir em frente. É não olhar para trás pelo motivo errado. O que aconteceu está acontecido, tem sua importância, mas a fila anda. E com ela eu também. Está na hora de viver oque há de melhor na vida, a certeza que nascemos para sermos felizes, por mais que seja difícil alcançar a felicidade. Que as dificuldades nós mesmos criamos e nos prendemos a elas.
Que a chave é olhar com simplicidade, humildade e tolerância para a vida e viver.
E sonhar e querer o melhor para nós e para todos. E continuar aprendendo.
Sem raiva.

Sobre as diferenças de olhar

Oque acontece quando se juntam os donos da verdade?
Nasce uma idéia.
E o que acontece quando se separam?
Está concebida uma nova forma de entender o mundo, mas que não se sustenta até o próximo encontro, então cada um pensa num novo olhar.



Pode ser bonitinho assim? Pode. Olhar pode ser de qualquer jeito.
Entender já é em outro departamento.
Na torre de Babel que vivemos, nossos olhares multipolares conseguem convergir pro mesmo umbigo. Sim temos um umbigo coletivo, que se dá ao luxo de olhar em volta, conviver com tudo, mas que continua egocentrico e exibicionista - verdadeiro Napoleão da razão, que se não se impõe ao mundo, também não liga muito pra ele.
Viver e não ter a vergonha de ser diferente poderia ser nosso grito de guerra, se antes não houvesse outra batalha pra que todos entendam que apontar pra alguém nos dias de hoje e excluí-lo da convivência é afirmar a realidade transtornada que todos vivem mas não vêem.

sobretudo mas entretanto

Eu tenho pensado muito sobre tudo,
eu tenho sofrido, eu tenho sonhado.
Sinto saudade. sinto muito também.
Faço de tudo motivo pra ir em frente,
afinal, já passou da hora de continuar.
Na vida não existe atraso, só perda.
E ninguém vive de perder, talvez de amar.

pensamentos do meu parachoque


quantas certezas uma dúvida precisa pra existir?

pensamentos do meu parachoque II

cuide bem do seu corpo.
é dele que você vive.

pensamentos do meu parachoque III

Não faça do seu paraíso o inferno dos outros

pensamentos óbvios do imaginário coletivo

a pior coisa que alguém pode fazer quando não fala na hora certa
é tentar falar na hora errada

pensamentos óbvios do imaginário coletivo II

todos que andam na linha, começaram pelo anzol

quinta-feira, 12 de março de 2009

e o mundo gira

Por mais que queira estar só, desejo que isso só dependa de mim, não do afastamento dos outros. Me afasto com o desejo que o mundo pare e me espere para retomar daí as estórias pendentes. Quando eu quiser.
E o mundo gira. E nos giros e nas tonturas vou tropeçando e chutando as pessoas mais pra lá um pouco. E vou ficando mais só e vou, depois de um certo tempo e ao mesmo tb, desenvolvendo essa inabilidade de aproximação, diálogo, tolerância e prazer.
E me engolindo no cantinho do quarto.
E nesse regurgito como que brotando, ganhando força, algum sentido que apenas serve, por hora, pra mostrar que nada faz sentido nenhum. E vou engolindo meus litios, já sem acreditar em duendes, mas como eu queria continuar acreditando.
O que me deixa triste é que se eu não consigo falar direito, eu não consigo fazer nada direito.
O que me deixa triste é ter trocado um amor por uma idéia. E descobrir que pra trocar pelo amor, uma idéia só não dava. 2 erros, num só, bônus tripo.
E pior, depois de claro isso, é ver todos os remakes do mesmo filme.
E saber, finalmente, que é vero: eu estava completamente errado; mas pior, eu estou completamente por fora.
E continuo esquiando dois pés esquerdos... a razão força a reta e a emoção já foi faz tempo. No meio, eu to pra ser ou não ser. Eis a questão. Um motor bivolt ligado, na força livre, no ponto morto, esperando oque funcionar, girando com muito estilo e pouca produção. Nenhuma.
Paralisei as idéias. Botei o meu tesão no lugar do tesão, mas perdi a criação na hora de guardar. Rezo pra ser só coisa do Saci. Daqui a pouco aparece.
O meu mundo é o mundo do sonho. Sempre foi. Um dia eu consegui, junto com a imaginação construir um sonho, materializar um. E a beleza está no que foi feito, nos bons e nos maus momentos. Menos concessões trariam mais estabilidade. Mas qual joão ia ser menos? E tentar ter uma vida completa exige além do esforço em si, uma opinião clara sobre os elementos. Os básicos.
Mas quando um dos seus neurônios é o the flash, com fogo no rabo, e o outro já não é mais porque acabou de mudar, e de mudar ele vai mudando o tempo todo; nem com GPS pra localizar os bacanas.
Isso tudo pra dizer que já não sei mais o que eu faço. Ou pra que lado eu vou, pq fazer, não faço nada mesmo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

hoje tem estrela nova no céu

Todo dia a gente levanta, sai, reclama e volta e deita e vai levando a vida do jeito que dá. Tem gente que é só oque tem na frente ou oque deixou pra tras. E tem gente que vive. Luz própria que não se importa em qual céu é vida, que se faz independendo doque gostaríamos que nos fosse dependente.
De tanto brilhar acaba indo, chamuscado, pra ser mais luz e menos fumaça.
Dói, mas passa, porque sempre que morre um pouco da esperança nasce um pouco de pressa por que o próximo já viu... fica na linha pra ver o tamanho do bonde!
Ou vai brilhar noutra freguesia, com o Lourival, o Raul, juba, lula e a turma da paz.
E vê se se liga.

não carregue qq piano

Pianos Let's Go

Formato anatomico e mais adequado as correrias do dia a dia.




Verdades e Mentiras


A vida é gozada.
Mentir pra esconder verdades é aceitável, mas falar a verdade pra não mentir é cruel.
Algum dia as coisas têm que fazer sentido. E não vai ser construindo uma história de mentira que vou ter uma vida de verdade. nem ninguém, nem nenhuma causa.
A ironia é que a mentira ilude tb nisso, quando cria uma realidade virtual, confortável e segura, o bastante pra nos sentirmos bem. o bastante pra, no auge do prazer, dar uma rasteira e mostrar sua única verdade.
Que o crime não compensa.

tres dedos de prosa

As ultimas semanas foram surpreendentes por vários motivos. Mas o primeiro, o principal é que esvaziei a cabeça. e não precisei de purgante, caso algum engraçadinho tenha pensado na possibilidade. Foi parto natural mesmo. nasceu e chama pausa, o rebento. que de tão formoso e calminho, me deixou contemplativo e agradavelmente esvaziado. mas como eu sou eu, claro, isso não ia durar pra sempre. então, venho acelerando o movimento do invisível, turbinas recarregadas, as mesmas dúvidas de antes, mas sem os efeitos colaterais. Espero.
Queria guardar um pouco da doideira. é difícil. E é uma pena. Em outros tempos proporia a criação da categoria dos meio loucos. mas aí ia ter que defender tese, acelerar, frear, chiar e o esforço pra ficar no meio ia dar mais problema que solução.
fora as piadinhas sobre quem fica no meio. ou quem não fica em lugar nenhum.
É um pouco estranho falar em pausa, dentro de um longo tempo de falta de resultados práticos, um dedo torcido, a psique retorcida, lógica esculhambada e etc e tal.
É que fazer nada dá um trabalho incrível.
Como encher balde furado ou escolher o melhor candidato. na hora que parece que foi, voltou. tudo pro começo outra vez, mesmo discurso, discussão e uma montanha de nadas bem montadinha. E esses tres dedos de prosa são isso. um monte de nada pra dizer que não será como antes.
O que mudou, não sei, mas que o tempo passa, pergunta pra Carolina, aquela amiga do Chico que adora uma janela. Só na dela, pela minha conta são uns 40 anos!
E o que será que será, é outra pergunta pro Chico. pq pra eu sustentar tanta ociosidade, empenhei, inclusive, a bola de cristal, pra Kela, a cigana que leu o meu destino e disse que o que eu sonhei ainda é possível.

mudo

Mudar é a última fase de estar errado.
Depois de muita teimosia e energia desperdiçada,
mudar é início de ladeira. Parar.
O começo travestido de recomeço.
Certezas velhas, verdades novas.
Mudar pode ser admitir estar errado.
Mudar pode ser apenas mais um erro.
Mas mudar é atitude, é ação,
toda ação provoca reação
e de reação em reação, vamos reagindo.
e achando o melhor novo caminho.


*Não é por isso que os incomodados que se mudem? Pra endereço incerto e ignorado. Temporariamente...

zappa vive


Informação não é conhecimento,
conhecimento não é sabedoria,
sabedoria não é verdade,
verdade não é beleza,
beleza não é amor,
amor não é música,
música é o máximo!

Frank Zappa

paradoxos

Eu mergulhado na observação,
obcecado pelo principio
você em grandes vôos, saltos mortais.
Aventuras rasas, prazer indefinido,
fogo que grita: é sempre possível mais.
Liberdade que não dá alegria, mas trabalho,
tesouro tão precioso... que não desfruto
porque protejo, sufoco e perco.