terça-feira, 21 de abril de 2009

sensações

Estava acrescentando fotos da Gilberta, minha filha, no orkut e, inevitavelmente, voltou a imagem da primeira vez que a vi.
É, mãe tem filho. Pai descobre. Ou se descobre pai.
O nosso encontro foi bem legal. Eu estava no corredor, ainda meio puto porque não pude acompanhar o parto, que tinha começado fazia uns 20 minutos. Então sai um médico ou enfermeiro - só lembro que estava paramentado de sala de cirurgia - com ela nas mãos.
Ela, uma bolinha de cabelos pretos e rosto inchado com duas bolas enormes e curiosas e azuis. Era o que dava pra ver. Mas não precisou mais. Ali, naquele momento ficamos acertados. Eu pelo menos senti isso. Deve ter sido a primeira vez que me senti pai. E pensei: legal, tá tudo certo e vai dar tudo certo e vai ser muito bom ( só lembro dessa parte, passou mais coisa pela minha cabeça. mas emoção e etc e tal me atrapalham a memória ).
O tempo foi indo, nós junto com ele. teve um período que fui muito pai, teve um período que poderia ter sido mais. Não é que eu quisesse ser perfeito, mas também não precisava ter feito certas bobagens que fiz.
Hoje essa lembrança não é prestação de contas, muito menos despedida, mas é a primeira vez que escrevo sobre isso. Por que ficou pra mim que ninguém nunca vai entender o que eu senti no nosso primeiro encontro.
Existe amor a primeira vista. Tem uns que são eternos enquanto duram e tem uns que são eternos enquanto o tempo existir. E esse é um que vai continuar depois de mim, espero que depois dela tambem.
Nesse filme que passou na minha memória, na vontade que dá de voltar e viver tudo de novo, nessa certeza de que não poderia ter sido melhor o nosso primeiro, segundo, terceiro e infindáveis encontros aparece uma saudade enorme e um egoismo maior ainda de querer parar o relógio, ou começar tudo outra vez.
Então fica a promessa que todo dia é um recomeço, primeiro pelo olhar, pela telepatia que comunica que tá tudo certo e que vai ficar assim; e depois de passar a alegria de vê-la o orgulho vai ser bem alimentado pelas confirmações de que realmente naquele nosso primeiro encontro estava conhecendo um pessoa muito especial, que o que senti era o certo, talvez só um pouco modesto.
Porque, pode ter certeza, ela é demais.

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