sábado, 28 de março de 2009

espelhos não sentem calor

Aqui na terra podiam estar jogando futebol, indo em muito samba ou em show de rockandroll, mas o Chico, amigão, anda curtindo mais as areias, o Sol e as sereias.
Dentro daquele pensamento que: tem dias que são bons, tem outros que não, muita gente está sentada esperando pro que vai acontecer e não acontece nada.
A minha é mais pro Vandre, de não esperar acontecer. E as coisas estão rolando. Mas numa velocidade impressionantemente baixa.
Então tem algumas esperanças de trabalho, uma ansiedade, na maioridade, pra isso ser já.
Do tratamento muita coisa está sendo boa, mas as duas que acho ruins não precisam formar um trio. Adoraria ter preservado um tanto da minha loucura, mas cada dia mais acho que ela é bipolar. Ou existe ou não existe. Uma pena, ainda acho que um pouco de loucura só faz bem.
A segunda me chateia muito. Quando me disseram que a minha libido tava concentrada na criação, energia muito grande, por isso muitas idéias, simplesmente lixei. Acertei o foco ou melhor, tirei o foco das idéias.
E só depois me liguei que libido é energia, e não o pejorativo do tesão. Mas já era tarde e o baú já tava trancado.
Em troca disso, aleluia, consigo conversar 5 min sobre o mesmo tema, sem fazer um roteiro de filme, poesia ou foto sobre as derivações dele. Pro outro fica mais fácil, mas pra mim, muitas vezes, mais triste.
E como eu tava querendo deixar as coisas mais alegres, to procurando outro estilo, ou se possível inflar a veia do humor. Se bem que o meu é meio seco. Mas com uma molhadinha, vamos ver.
E o lado João continua tentando as reconexões, mas com essa timidez que me norteia e uma constante decepção com as pessoas que ando descobrindo tá difícil. Pior é o que volta e meia descubro sobre as pessoas que já conhecia. As vezes a vida de ermitão faz muito sentido, só não faz quando começo a contar a população do planeta e aí fica difícil imaginar que os outros 5 bilhões e pouco também são assim.
A minha intuição, apesar de poder estar um pouco contaminada ainda me diz que é preciso ter, por mais um tempo, um pouco de calma; e continuar prestando atenção no movimento.
Aquela estória: tem dias que são bons, tem dias que não.
E pode parecer piegas ou mero instrumento de abordagem, mas vc está na lista dos dias bons que virão. Porque os que passaram, não importa como foram, são só lembranças.
Que não diminuem a saudade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

o tempo de cada um

Como dizer nunca mais
Quando um segundo é tudo
Ir em frente pra onde?
Aqui e agora é chão,
Não é não
É buraco sem fundo
É uma ida pra onde não quero ir
É tudo que vem depois do fim
É só o começo

E o começo começa onde?
Quanto parafuso precisa
Quanta idéia perdida
Quanto choro, como dói
Prum belo dia rir e sair
E daí pra frente tanto faz
É só um começo
E tava na hora de começar

quarta-feira, 25 de março de 2009

você viu por aí?

cadê a memória das pessoas.
Não dá pra pensar que todo mundo é idiota. Já quanto à preguiça...

terça-feira, 24 de março de 2009

E pequenos são os vazios?

E pequenos são os vazios?
Mas se estão vazios, como podem?
Pelo menos assim dá pra entender o infinito.
É. É por isso mesmo, não é pequeno, não é grande, não existe.
É só o seu olhar, o seu sentir e pra muito poucos, o criar.

+ frases do meu parachoque

As vezes a gente demora tanto que, chegada a hora, só tem tempo pra sentir saudade.

renascer

Eu ontem senti saudade de ser feliz.
Fazia tempo eu não sentia nada.
O grande vazio que seria bonança,
se a tempestade não fora apaixonada!

Eu ontem senti vontade de ser feliz
Fazia tempo a vontade, de mim, se afastava,
levando com ela minha energia drenada,
trazendo pra cá o que ninguém mais, lá, esperava.

E ontem quando a saudade e a vontade
se viram e se perceberam numa só coisa,
de repente formavam uma nova verdade.
E eu estava novamente sentindo bater a vida.

dias e dias

Tem dia que é bom,
tem dia que não.
Tem dia que passa,
tem vezes que vão
A melhor hora é quando começa ou acaba,
depende de ser
ou não ser bom.
Ser ou não ser
sempre é a questão.
Tem hora pra tudo,
nem sempre um minuto
é uma imensidão.
Tem dia que sou tudo,
tem dia que não

terça-feira, 17 de março de 2009

só de sacanagem

'Satânico é meu pensamento a teu respeito,
e ardente é o meu desejo
de apertar-te em minha mão,
numa sede de vingança incontestável
pelo que me fizeste ontem.
A noite era quente e calma
e eu estava em minha cama,
quando, sorrateiramente, te aproximaste.
Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu,
sem o mínimo pudor!
Percebendo minha aparente indiferença,
aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares.
Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente,
mas em vão. Deixaste em meu corpo e no lençol,
provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar.
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força.
Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos.
Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo..
Só assim, livrar-me-ei de ti,
pernilongo Filho da Puta!'

(Drummond)

sábado, 14 de março de 2009

o nascimento do arco-íris ou bem vindo ao Caps IV


tem meses que estou com esse discurso pronto:

Se vocês querem saber como nasce um arco-íris, ele nasce dessa união de pessoas em torno de uma idéia que traz pela cor o bem para todos.
De cada um que participa, das nossas diferenças e afinidades, norteados pela finalidade e pelo trabalho.
Gerar um arco-íris não é fácil. É preciso entender as intempéries e tirar proveito delas, filtrando oque há de mais puro e transformando coisas ruins em boas.
E, depois que começa, garantir um percurso pra luz que alcance todos, que atraia mais gente para novos arco-iris. Ou seja, muito, mas muito trabalho.
E se você também quiser saber como acaba o arco-íris, lamento, ele não acaba. Pode ser até que se torne invisível, vez ou outra. mas é natureza pura, procurando energias e motivações para ressurgir, aos nossos olhos, mais belo e forte. Que, enquanto se reenergiza, observa e compreende novas formas de surgir e influir, sempre apontado para o pote de ouro, que há em sua outra extremidade, um pote que traz o bem mais precioso ao ser humano, a felicidade.

o pouso da Cajaíba

Levantei num vôo longo
me achando forte, não nego.
Depois de uma viagem ruim
turbulenta, mas linda,
avistei, no pouso, o paraíso.
E, então, vi que a Cajaíba era eu.

freiar ou deixar rolar

Quantas decisões consigo tomar racionalmente? Mesmo no vestibular,raciocinando, fazendo e conferindo, a decisão, ou melhor, a certeza é racional?
O intuitivo é racional, ou só passa a ser quando há opção. Por exemplo: na fome, a vontade de comer é intuitiva e as reações são emocionais.Mas se há escolha entre macarrão e sopa de cebola cai na vala do racional. Se atirar num projeto de vida novo não é exatamente uma sopa, mas tem lá suas semelhanças e analogias.
Mas as diferenças devem vir primeiro, acho. A principal, até agora e por analogia também, é que a sopa, por mais que seja dividida é, no final, individual. Não há mais nada nem ninguém nesse quadro, enquanto no outro tudo é relação. A não ser que seu projeto de vida seja ficar esperando uma missão da NASA aparecer em Plutão. Sentado e de boné. Meu projeto prevê a tolerância, a divisão, a aculturação, prevê tudo oque um projeto ideal pensa. Isso, pensa! Racionaliza, constrói uma idéia, estrutura tudo e está pronto pra sair pra prática. Fodeu. Junto todos os apetrechos, toda a carga ( nem sempre tudo é necessário, mas dá mais segurança ) nas costas, vamos a luta e não sobrou lugar pra toda aquela racionalidade.Talvez, se eu fosse um computador, e ficasse reanalisando tudo que acontece segundo a segundo e fosse me reconstruindo de uma forma mais controlada -caso fosse possível conviver com essa velocidade das novidades. Mas não sou. Acredito que somos capazes de assimilar mais informação que qualquer máquina, seja ao mesmo tempo, seja pelo nosso tempo de vida. Porém, perceber, interpretar, colocar no nosso dia-a-dia e tudo o mais, só na crise.
O Rei tá nu!
A casa caiu!
Batata. Deprê, angústia e reflexão. Ou pra voltar pro título, o freio de emergência. Onde errei, por que? Fácil. Excessos. De racionalização. Porque? Fácil de novo. E por analogia, de novo. Se você chega onde tem macarrão e impõe a opção da sopa ( que claro, já está prontinha e fria ) corta o barato geral. Se vamos fazer alguma coisa juntos, é juntos? No que, como, etc. Essa linha, no raciocínio, normalmente vem em corpo 1, bem pequenininha, mas tá lá. "compartilhar é uma via de duas mãos, e nem sempre o sinal está aberto pra nós, que somos jovens. Se abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua, sem consentimento, pode terminar em porrada. Ou deprê, angústia e reflexão.
Pois é. Não é complicado mas é complexo. E como descomplexar? Por enquanto, vendo os sinais todos amarelos – atenção – e me acostumando com esse balanço novo da vida. Ou, pra voltar pro título mais uma vez, sem freiar, mas não precisa correr. Aliás, não precisa rolar, é só ir na caminhada, sempre olhando pros dois lados antes de atravessar a vida dos outros.

desreencontros

Desreencontros foi uma daquelas milhares de idéias que explodiram em mim quando eu fiquei totalmente demais.
Veio completo: texto, imagens, luzes, tudo enfim.
Depois, quando já era possível pensar calmamente sobre essa idéia, era mais soturna do que eu queria. Devia ser mais engraçadinha, lembrando uma brincadeira como a cabra cega ou pôr o rabo no burro.

( do texto, das imagens e do resto, trato outra hora Por enquanto uma sinopse: “duas pessoas, um homem e uma mulher, param para atravessar a Paulista, na esquina da brigadeiro.
É noite. Na calçada só os dois. Poucos carros passando, mas os dois esperando o sinal fechar.
Entre eles está o poste do sinal de trânsito, que por isso só permite a eles se verem de soslaio ou viés.
Os dois tem o mesmo sentimento.
Durante a espera oque eles pensam é exatamente a mesma coisa, pensam na mesma solução, que por sinal pode estar ao seu lado. Xô solidão. Mas o sinal abre os dois atravessam e fim.”)

Apostei na idéia de dividir o texto. Só que pra escrever em dupla tem que ter liga. Na teoria dos limites o tudo e o nada são equivalentes porque não existem; são licenças poéticas emprestadas ao cotidiano. E por analogia, se nada é por acaso, tudo também é.
Na busca por uma resposta óbvia pro outro nome escrevendo comigo, nasceu o blog.
Talvez porque precise me acostumar mais a digitar ( a caneta é um dos meus vícios ), talvez porque preciso escrever mais, exercitar melhor. Mas o motivo principal é outro.
Sinto que é uma oportunidade de aprender a me organizar de forma que possa me desorganizar, reorganizar sem virar uma zona.
Bem simples.
Uma terapia internética, focada no meu umbigo e exibicionista.
Claro, desreencontros é um paradoxo. Os limites sempre vão ser.
Eu sou
Tu és
Ele é
O blog é pra isso: pra cada um poder se comparar com os outros e nas semelhanças desagradáveis ter um parâmetro pra se entender melhor. (Se é vc que está esperando o sinal abrir, quem sabe é vc que vai me desreencontar. Só escrevendo pra saber, então te aguardo)

quebrando barreiras


de são e louco todo mundo tem um pouco

Depois de muitos anos buscando cura para os nossos transtornos mentais; muitos tratamentos, internações, medicamentos e terapias inacabáveis, desistimos de tentar remar contra a maré e aderimos.
Já que não dá pra convencê-los que, mesmo que aos poucos, estamos melhorando e querendo mais, resolvemos nos alinhar e - não somos tão bons em criar personagens? - voltar pro mundo na miúda.
Dois olhos, duas pernas, falta de grana, muita conta pra pagar, uma certa desesperança com o futuro, quem é que poderia notar alguma diferença com tanta semelhança.
E saímos por aí.
Cada um no seu caminho foi descobrindo sozinho que, tudo igual, éramos olhados como ETs, bonapartes ou jesuscristos, sei lá!
Logo a gente, josés e joãos, marias e benes, tão simplezinhos e comuns?
Pois é, foi um choque, e de choque em choque chagamos a conclusão que a saída era convencer as pessoas que não precisávamos ser diferentes do que somos pra sermos iguais ao que os outros são.
Compreende?
E como, no momento, o tratamento da moda envolvia oficinas de arte, e arte é bem legal, vamos deixar rolar, pq qq coisa é tudo louco mesmo.
E não é que começou a acontecer um monte de coisa legal, no papel, no banco do jardim, computador, até moda e cinema!
Mesmo sabendo que o aplauso pode ser motivação e não reconhecimento, é bom. É mesmo muito bom.
Mas alguém vive de aplauso?
Dá pra transformar essa produção artística e cultural numa forma de renda que, pelo menos, ajude na sobrevivência desses teimosos bonapartes e benes?
Bem vindo ao Caps IV.
Essa é a idéia.
Ampliar a atuação das oficinas, no sentido de dar continuidade a sua produção, desviando da lata do lixo. Tendo certeza que, sem o olhar do preconceito, sempre haverá uma surpresa agradável, seja uma roupa, um filme, uma dança, uma peça, um livro, enfim... seja lá o que for. E por isso passa a ter outro valor. Sustentabilidade e possibilitade de se reconectar com a sociedade dividindo um espaço onde as pessoas, naturalmente, se permitem mais.
O mundo da arte e da criatividade
Participe e surpreenda-se.



nota. Em maio de 2008, começou a montagem do projeto Caps IV.ong, uma casa de arte-terapia, cuja existência será bancada pela produção dos oficineiros com renda revertida para os próprios. este é um dos textos de apresentação da casa que hoje se chama Radial 117.

a coragem e a confiança

Dia de sol, calor, Cajaíba paraíso, e lá na ponta a Pedra. Alta, dez metros talvez, escalável e linda, maravilhosa nos desafios da subida e do salto.
Coragem, um não sei oque que vem não sei de onde e que está em todas as nossas decisões e ações, mas que não consegue, sozinha, transformar o instintivamente possível no racionalmente realizável.
No momento da ação a confiança assume, racionalizando tudo que o impulso fez para que o sujeito chegasse ao salto. Entre chegar à pedra e estar na posição de salto foram 30 segundos? Um minuto? Por que tudo o que foi intuído e aceito como possível mudaria tão rápido?
Por que ter medo de saltar se é possível?
Todo sujeito que já se deparou com essa situação, por analogia ou não, sabe doque estou falando. Saltar ou não. Fazer ou não. Escolher esse ou aquele. Passamos por isso todo o tempo com doses maiores ou menores de emoção.
E à medida que vamos saltando das pedras, vamos ficando mais confiantes e melhores.
Confiando na nossa, pessoal e intransferível, coragem de viver

da força que ergue e distrói coisas belas


Tava lembrando do dia que parei naquela esquina, aquela casa da Paulista, banheiro semi destruído, pichado:”da força que ergue e destrói coisas belas”.
De perceber a beleza a perceber a verdade, demorou.
Mas percebi.
Viver é muito fácil. Basicamente se resume em não se levar muito a sério. Depois que você começa a se achar inteligente, froideu-se.
E se perceber que está sempre voltando, recomeçando, reconstruindo, seja simples. Apenas faça.
Pensar é muito bom, mas fazer faz parte do que o pensar também faz.
Equilíbrio.
Como eu to feliz de saber que está acabando esse tempo de dúvida. Como é bom confiar. Primeiro passo dado, vamos pros outros dez milhões e meio até estar tudo OK.
É difícil saber como começou. Eu sei que fui perdendo o brilho. Sobre isso, penso que brilhava muito quando era criança, por isso demorei a ficar cinza.
Mas enfim... começou.

Por mais que não queiramos, muitas vezes uma atitude boba gera muitas conseqüências sérias. E a vida sendo dinâmica... sentir cheiro de merda é melhor do que se perceber no meio dela. Procure respirar fundo sempre - qualquer sinal, se liga.
E apenas olhe com simplicidade pras coisas. Complexidade é sinônimo de nada.
Só o foco vale.

To feliz porque estava desfocado, vendo as sombras do viver, e correndo demais pra lugar nenhum.
Focado e entendendo não tem porque desviar outra vez.
A minha felicidade também tem isso, além de entendimento: tolerância, paz e muita pressa.
Aprendida a lição de como enfrentar a dor e olhar pra onde está acontecendo, viver fica mais fácil. E mais feliz, porque o futuro é melhor. A tolerância é melhor, a paz é maior, a vida faz sentido e a pressa fica pelo caminho.

se, se, se. serê, sesê

minha boca não me obedece,
meu coração não me reconhece,
meu célebro já não se compadece,
e dos meus amores perdi o esse.

sexta-feira, 13 de março de 2009

pobremas mutante

do mesmo jeito que não existe sombra sem luz,
e filhos sem pais, não existe guerra sem paz.
do mesmo jeito que não existe pobrema sem solussão,
não existe a sanidade sem a alucinação.
nem uma idéia boa sem uma rima tola.

correndo atrás querendo ficar na frente

(escrito em maio de 2008)
Desde que nascemos, aprender é intuitivo e contínuo. Andamos, falamos, brincamos, fazemos amigos e inimigos, vamos para a escola, subimos os degraus da vida, sociedade, trabalhamos, negamos nosso passado, construímos ou destruímos um sonho, descobrimos que está tudo errado e caminhamos para a morte ou pro recomeço com uma segurança proporcional a quanto descobrimos e aprendemos. Tudo de acordo com o tempo que nossa consciência leva para perceber, assimilar e propor novos desafios.
O tempo é a chave. É quem determina a relatividade da vida e a grandeza do ser humano. É o que iguala todos, no final das contas. Se todos procuramos a verdade, o tempo acaba sendo igual para todos os que a encontram, porque dentro dessa medida está inserida a quantidade de experiências que somos obrigados a suportar para aprender o que no final é uma coisa só.
Nessa caminhada, nesse suplício para muitos, passamos por momentos grandiosos, de muita alegria e felicidade provocada pela sensação de estar aprendendo e evoluindo. Mas grandiosos, as vezes também são pela raiva que nossos erros provocam em nós e nos outros e pelos outros. Algumas vezes tudo ao mesmo tempo.
Nesse momento da minha vida é oque eu sinto. Quando me perguntam porque tanta tristeza e tanta angústia, a resposta é essa: estou com raiva!
A ordem dos motivos não importa, a sensação é de que é muita coisa. Toda hora escapa algo. Por mais que corra tudo corre mais. É bom estar melhor mas é preciso estar bom
Pela quantidade de vezes que me sinto melhor por pensar, sentir e perceber mais e claramente a respeito da vida e das pessoas e com isso, automaticamente, a vida propor charadas mais sofisticadas e armadilhas mais difíceis de ultrapassar. O exercício da tolerância vai se tornando, a cada passo, mais fundamental e mais intolerável, para conviver com as novas descobertas e sustentar a relação com as pessoas.
A partir do momento que descubro que o caminho é simples, mas cheio de desvios, as coisas ficam mais fáceis de ser enxergadas.
Por isso descubro que a tolerância é imprescindível para conviver, que a humildade está em ver as coisas como elas são. Em procurar harmonia no que é o lado bom e ponto. Que é possível viver assim e sofrer menos com as surpresas que os outros sempre nos reservam. Que quando isso se torna impossível o certo é o afastamento e descobrir outras possibilidades e continuar e continuar.
Mas acabo estabelecendo relações que ganham tamanho e apelido, e quanto mais importantes mais dolorosas em algum momento. E mais difíceis de descartar.
E saber que tem que ser assim é o motivo segundo da raiva. Troca é o que se espera de qualquer relação, fraternal, amorosa, comercial, não importa. Essa troca se dá em qualquer nível e em qualquer tempo. Mas sempre acontece. Quando pára a troca: turbulências, raiva, sofrimento e o pior, a pior sensação, a de burrice e insignificância.
Nada pior do que ser descartável. Por pior que nos sintamos, sendo importante para alguém nosso ego se vira. É fácil nos enganarmos porque queremos ser enganados, porque queremos manter uma situação confortável que afasta o medo e a solidão. É fácil perdoar e não enxergar o óbvio. Fazemos qualquer coisa para nos sentirmos úteis e necessários.
Mas nem sempre somos.
E somos os últimos a saber. E é muito doloroso enxergar. O vazio existe e é enorme, principalmente quando descobrimos que antes de sermos enganados, nos enganamos, nos iludimos em nome de coisas que fazemos questão de complicar só para não ter que assumir que a fila anda e que o próximo é o seguinte para nós e para os outros.
E dá medo.
E o medo faz com que o tempo pare. Parece que quanto maior a consciência disso, maior o tempo para tomar consciência das mudanças a nossa volta e reagir e fazer com que a fila ande. E vem daí mais raiva.
E a soma das raivas que vão surgindo na mesma rapidez com que percebo meus erros de postura vai me paralisando e me deixando perdido.
É essa a hora de se atirar de cabeça, de novo, na vida ou se trancar na certeza do sofrimento e morrer na ignorância?
Minha escolha é me atirar, é seguir em frente. É não olhar para trás pelo motivo errado. O que aconteceu está acontecido, tem sua importância, mas a fila anda. E com ela eu também. Está na hora de viver oque há de melhor na vida, a certeza que nascemos para sermos felizes, por mais que seja difícil alcançar a felicidade. Que as dificuldades nós mesmos criamos e nos prendemos a elas.
Que a chave é olhar com simplicidade, humildade e tolerância para a vida e viver.
E sonhar e querer o melhor para nós e para todos. E continuar aprendendo.
Sem raiva.

Sobre as diferenças de olhar

Oque acontece quando se juntam os donos da verdade?
Nasce uma idéia.
E o que acontece quando se separam?
Está concebida uma nova forma de entender o mundo, mas que não se sustenta até o próximo encontro, então cada um pensa num novo olhar.



Pode ser bonitinho assim? Pode. Olhar pode ser de qualquer jeito.
Entender já é em outro departamento.
Na torre de Babel que vivemos, nossos olhares multipolares conseguem convergir pro mesmo umbigo. Sim temos um umbigo coletivo, que se dá ao luxo de olhar em volta, conviver com tudo, mas que continua egocentrico e exibicionista - verdadeiro Napoleão da razão, que se não se impõe ao mundo, também não liga muito pra ele.
Viver e não ter a vergonha de ser diferente poderia ser nosso grito de guerra, se antes não houvesse outra batalha pra que todos entendam que apontar pra alguém nos dias de hoje e excluí-lo da convivência é afirmar a realidade transtornada que todos vivem mas não vêem.

sobretudo mas entretanto

Eu tenho pensado muito sobre tudo,
eu tenho sofrido, eu tenho sonhado.
Sinto saudade. sinto muito também.
Faço de tudo motivo pra ir em frente,
afinal, já passou da hora de continuar.
Na vida não existe atraso, só perda.
E ninguém vive de perder, talvez de amar.

pensamentos do meu parachoque


quantas certezas uma dúvida precisa pra existir?

pensamentos do meu parachoque II

cuide bem do seu corpo.
é dele que você vive.

pensamentos do meu parachoque III

Não faça do seu paraíso o inferno dos outros

pensamentos óbvios do imaginário coletivo

a pior coisa que alguém pode fazer quando não fala na hora certa
é tentar falar na hora errada

pensamentos óbvios do imaginário coletivo II

todos que andam na linha, começaram pelo anzol

quinta-feira, 12 de março de 2009

e o mundo gira

Por mais que queira estar só, desejo que isso só dependa de mim, não do afastamento dos outros. Me afasto com o desejo que o mundo pare e me espere para retomar daí as estórias pendentes. Quando eu quiser.
E o mundo gira. E nos giros e nas tonturas vou tropeçando e chutando as pessoas mais pra lá um pouco. E vou ficando mais só e vou, depois de um certo tempo e ao mesmo tb, desenvolvendo essa inabilidade de aproximação, diálogo, tolerância e prazer.
E me engolindo no cantinho do quarto.
E nesse regurgito como que brotando, ganhando força, algum sentido que apenas serve, por hora, pra mostrar que nada faz sentido nenhum. E vou engolindo meus litios, já sem acreditar em duendes, mas como eu queria continuar acreditando.
O que me deixa triste é que se eu não consigo falar direito, eu não consigo fazer nada direito.
O que me deixa triste é ter trocado um amor por uma idéia. E descobrir que pra trocar pelo amor, uma idéia só não dava. 2 erros, num só, bônus tripo.
E pior, depois de claro isso, é ver todos os remakes do mesmo filme.
E saber, finalmente, que é vero: eu estava completamente errado; mas pior, eu estou completamente por fora.
E continuo esquiando dois pés esquerdos... a razão força a reta e a emoção já foi faz tempo. No meio, eu to pra ser ou não ser. Eis a questão. Um motor bivolt ligado, na força livre, no ponto morto, esperando oque funcionar, girando com muito estilo e pouca produção. Nenhuma.
Paralisei as idéias. Botei o meu tesão no lugar do tesão, mas perdi a criação na hora de guardar. Rezo pra ser só coisa do Saci. Daqui a pouco aparece.
O meu mundo é o mundo do sonho. Sempre foi. Um dia eu consegui, junto com a imaginação construir um sonho, materializar um. E a beleza está no que foi feito, nos bons e nos maus momentos. Menos concessões trariam mais estabilidade. Mas qual joão ia ser menos? E tentar ter uma vida completa exige além do esforço em si, uma opinião clara sobre os elementos. Os básicos.
Mas quando um dos seus neurônios é o the flash, com fogo no rabo, e o outro já não é mais porque acabou de mudar, e de mudar ele vai mudando o tempo todo; nem com GPS pra localizar os bacanas.
Isso tudo pra dizer que já não sei mais o que eu faço. Ou pra que lado eu vou, pq fazer, não faço nada mesmo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

hoje tem estrela nova no céu

Todo dia a gente levanta, sai, reclama e volta e deita e vai levando a vida do jeito que dá. Tem gente que é só oque tem na frente ou oque deixou pra tras. E tem gente que vive. Luz própria que não se importa em qual céu é vida, que se faz independendo doque gostaríamos que nos fosse dependente.
De tanto brilhar acaba indo, chamuscado, pra ser mais luz e menos fumaça.
Dói, mas passa, porque sempre que morre um pouco da esperança nasce um pouco de pressa por que o próximo já viu... fica na linha pra ver o tamanho do bonde!
Ou vai brilhar noutra freguesia, com o Lourival, o Raul, juba, lula e a turma da paz.
E vê se se liga.

não carregue qq piano

Pianos Let's Go

Formato anatomico e mais adequado as correrias do dia a dia.




Verdades e Mentiras


A vida é gozada.
Mentir pra esconder verdades é aceitável, mas falar a verdade pra não mentir é cruel.
Algum dia as coisas têm que fazer sentido. E não vai ser construindo uma história de mentira que vou ter uma vida de verdade. nem ninguém, nem nenhuma causa.
A ironia é que a mentira ilude tb nisso, quando cria uma realidade virtual, confortável e segura, o bastante pra nos sentirmos bem. o bastante pra, no auge do prazer, dar uma rasteira e mostrar sua única verdade.
Que o crime não compensa.

tres dedos de prosa

As ultimas semanas foram surpreendentes por vários motivos. Mas o primeiro, o principal é que esvaziei a cabeça. e não precisei de purgante, caso algum engraçadinho tenha pensado na possibilidade. Foi parto natural mesmo. nasceu e chama pausa, o rebento. que de tão formoso e calminho, me deixou contemplativo e agradavelmente esvaziado. mas como eu sou eu, claro, isso não ia durar pra sempre. então, venho acelerando o movimento do invisível, turbinas recarregadas, as mesmas dúvidas de antes, mas sem os efeitos colaterais. Espero.
Queria guardar um pouco da doideira. é difícil. E é uma pena. Em outros tempos proporia a criação da categoria dos meio loucos. mas aí ia ter que defender tese, acelerar, frear, chiar e o esforço pra ficar no meio ia dar mais problema que solução.
fora as piadinhas sobre quem fica no meio. ou quem não fica em lugar nenhum.
É um pouco estranho falar em pausa, dentro de um longo tempo de falta de resultados práticos, um dedo torcido, a psique retorcida, lógica esculhambada e etc e tal.
É que fazer nada dá um trabalho incrível.
Como encher balde furado ou escolher o melhor candidato. na hora que parece que foi, voltou. tudo pro começo outra vez, mesmo discurso, discussão e uma montanha de nadas bem montadinha. E esses tres dedos de prosa são isso. um monte de nada pra dizer que não será como antes.
O que mudou, não sei, mas que o tempo passa, pergunta pra Carolina, aquela amiga do Chico que adora uma janela. Só na dela, pela minha conta são uns 40 anos!
E o que será que será, é outra pergunta pro Chico. pq pra eu sustentar tanta ociosidade, empenhei, inclusive, a bola de cristal, pra Kela, a cigana que leu o meu destino e disse que o que eu sonhei ainda é possível.

mudo

Mudar é a última fase de estar errado.
Depois de muita teimosia e energia desperdiçada,
mudar é início de ladeira. Parar.
O começo travestido de recomeço.
Certezas velhas, verdades novas.
Mudar pode ser admitir estar errado.
Mudar pode ser apenas mais um erro.
Mas mudar é atitude, é ação,
toda ação provoca reação
e de reação em reação, vamos reagindo.
e achando o melhor novo caminho.


*Não é por isso que os incomodados que se mudem? Pra endereço incerto e ignorado. Temporariamente...

zappa vive


Informação não é conhecimento,
conhecimento não é sabedoria,
sabedoria não é verdade,
verdade não é beleza,
beleza não é amor,
amor não é música,
música é o máximo!

Frank Zappa

paradoxos

Eu mergulhado na observação,
obcecado pelo principio
você em grandes vôos, saltos mortais.
Aventuras rasas, prazer indefinido,
fogo que grita: é sempre possível mais.
Liberdade que não dá alegria, mas trabalho,
tesouro tão precioso... que não desfruto
porque protejo, sufoco e perco.